segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Planeta Terra, cidade Tóquio...



Durante todo um ano, corria na frente da gurizada que vinha da escola, junto com meu primo Alexandre “Ferpa”, para chegar em casa a tempo de ver o episódio daquele dia.
Entrava em casa suado, depois de andar quase dois quilômetros em passo acelerado, correndo para a frente da Telefunken 17’, preto e branco...
Monstros feitos de espuma, mais inocentes para os padrões atuais que as produções da Pixar Animations, povoavam minha imaginação: era com eles que lutava na parte da tarde campo afora, “voando” baixo – bem baixo – pelas estradas do Areião.
Faziam parte também das brincadeiras em grupo. A grande briga, sempre, era para resolver quem seria o Kenji, para ter a honra de levantar o braço esquerdo e bradar aos céus:
- Dominantes: Às ordens!
A partir daí a disputa pela sobrevivência no planeta pegava fogo!
Dr. Gori e o engraçadíssimo General Karas, dois macacos extraterrestres, montavam planos perfeitos para, finalmente, dominar a Terra e livrarem-se dos humanos (os macacos, na verdade, eram eco terroristas, pois criavam monstros a partir da poluição que os humanos produziam, julgavam a raça humana indigna de governar o planeta...)
As brigas rolavam soltas quando alguém insistia em blasfemar e querer que, dessa vez, o final fosse diferente... Nada feito, era “spectro flash” e monstro explodindo, senão a luta já virava verdade e o caldo engrossava.
Bons tempos de Spectreman...
E tome-lhe nostalgia!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um conto assombroso de um cara assombrado...

Atenção, vou fazer algo que tive vergonha até hoje!
Não, não é nada disso que vocês e suas mentes distorcidas estão pensando!
Aí vai um conto que escrevi há muito tempo, coisa minha, de terror... Tá, leiam e pronto, antes que eu volte atrás e apague.


Oração à lua

Novamente ela chegou! E, com ela, o meu desespero. Outra vez o pânico toma conta de meus sentidos. Depois de todos esses anos eu ainda não consegui me acostumar com a idéia. Na verdade, ninguém conseguiria.
O calendário, meu maior inimigo, pendurado inerte na parede com suas datas, peitos e bundas, me avisa a todo instante que a hora está prestes a chegar, que o meu dia, ou seria a minha noite, se aproxima, implacável.
Meu pavor é a espera, a impotência frente ao tempo, esse carrasco que me condena à agonia e à morte eterna em vida. Cara a cara com o passar dos dias, só me resta torcer para que tudo acabe logo, que seja o mais breve possível. Não rezo, apenas torço. Sei que, se existe um deus, ele me odeia.
A noite chega e com ela vem a lua, esposa e assassina. Traz consigo a minha imagem, minha face verdadeira. Fora com o homenzinho discreto, de modos educados, escondido atrás de pilhas de pastas e montanhas de papéis, firme e seguro no calabouço da burocracia do Estado.
A lua sabe quem sou, conhece meus segredos e parece se divertir, jogando em minha cara essa nojenta e pavorosa verdade. Eu a odeio.
Odeio pelo calor sufocante que parece me queimar por dentro, odeio a dor da carne mutante, esticando e encolhendo músculos e ossos como se fossem de borracha, odeio os pêlos tomando conta daquilo que um dia foi humano. Mais do que tudo, odeio a invasão de sons e cheiros e a fome que os acompanha.
O grito de dor, em forma de uivo, rasgando o silêncio da noite, antecede a fome desesperadora e a busca insana por alimento, que me desliga de qualquer condição humana que por acaso ainda teimasse em habitar esse corpo. A besta que habita em mim – ou serei eu que habito a besta? É tudo confuso – ronda pela cidade, por seus becos e vielas, atrás do cheiro de sangue quente, de carne fresca. Uma presa fácil: mulheres da noite, bêbados ou crianças perdidas... nada escapa de meu apetite.
Eu sou o monstro. Ele sou eu. Ele me ama e eu o odeio. Ele me protege, precisa de mim. Nada me atinge: nada de resfriados, febres ou cicatrizes. “Saúde de ferro!”, dizem na repartição. Doença de aço penso eu, tão incurável que não permite que outra enfermidade se aproxime. Odeio a besta por ela me amar tanto, por dedicar-se a mim, pelo seu zelo em me manter um morto que caminha entre os vivos.
Só espero que seja breve. Lembro que, da última vez, pareceu que as coisas se encaminharam com mais rapidez. Acordei, nu como sempre, no porão da casa que divido com o monstro. Este é seu espaço, seu ninho. O cheiro, lá em baixo, é nauseante, sendo necessário que, de tempos em tempos, eu precise passar cal no chão e dedetizar as paredes, tarefa nada agradável, diga-se de passagem.
Naquele dia, os vizinhos me indagaram se não havia visto “um cão enorme” correndo de madrugada para dentro de meu pátio. Desconversei e nada disse. Realmente não lembrava de nada. Havia despertado com o inconfundível gosto de carne humana na boca, vomitado, e subido para tomar um banho. Sem cansaço, sem olheiras, pronto para o trabalho.
Agora, novamente chega a hora. Sinto o fogo me assando a carne, a urina escorrendo sem controle pelas minhas pernas, as mãos inchando e se cobrindo de pêlos. Os dentes, ah, como me doem os dentes, brotando, pontiagudos, das gengivas. Lá está ela, branca azulada, saindo de trás de uma nuvem. A dor aumenta e perco os sentidos. Acordo segundos depois, sentindo o cheiro da noite trazido pelo vento. Num pulo, sumo na escuridão, correndo, silencioso, sobre minhas quatro patas.
Neste momento, eu amo o monstro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Surto!

Para o que a terra ainda há de comer, ou seja, para ti, desavisado leitor, e para mim, quase uma ameba por estas horas:

Saindo da loucura que tem sido meus dias, o que me resta hoje de vida?
Qual o significado de chegar em casa num estado de exaustão em que não tenho vontade de ver nem as mais caras criaturas humanas que tenho e que me tem?

Pois é, a coisa – como dizia meu avô – anda osca! O grande questionamento é: sairemos inteiros?
Acho que não, pois as seqüelas já são visíveis, seja no branco no meio da conversa ou nos brancos que brilham cada dia mais nos meus cabelos.

Me digam então: qual a solução? “Se nada der certo viro hippie” diz uma comunidade do Orkut. Já passei dessa fase, se nada der certo vou virar andarilho! A forma mais barata de viajar e fazer exercício ao mesmo tempo!

São 23:36 da noite, e cá estou eu pensando no que fazer da vida!!!

Credo, que amargura!
Desculpem, mas eu precisava escrever isso...

Que as forças que regem esse universo tenham reservado dias melhores para todos!
Beijos alucinados!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Porcaria!!!

Saúde!

Pois é, já se vão dois dias e agora virão, ao menos, mais dois!

Sim, caros amigos, cá estou de molho em casa por suspeita de estar com a H1N1, ela mesma, a “suína”! Fui no médico na terça, com ardência nos olhos, tosse seca, febre e dores no corpo. Dr. Régis me mandou pra casa por dois dias. Hoje fui novamente e a médica que me atendeu, sem me encostar uma unha, me deu mais dois dias e me receitou antibiótico e antialérgico, que me custaram oitenta e cinco pilas (ãi!), e que prometem curar as dores terríveis que tenho nas costelas por causa da tosse, seca e intermitente.

Testes para confirmar? Só para grupos de risco (crianças, idosos, gestantes) ou para pessoas que precisem de hospitalização. Portanto sou aquele que foi sem nunca ter sido!

Dois dias em casa, nesse aperto que é minha casa, olhando TV e fuçando no computador, deixam qualquer um louco. Agora mais dois dias vão confirmar a loucura!

A Milena, minha noiva, quer por que quer vir pra cá hoje me cuidar. Proibi ela de aparecer, afinal, tô no isolamento!

(Pausa para crise de tosse!)

Estou aproveitando o tempo para ajeitar certas coisas da vida, como minhas fotos, e dormir, muito, pois canso até para cortar uma fatia de pão!

Bueno, até segunda então!

Agora vou devorar um latão de lavagem e uns quilos de milho, afinal, to virado num marrão!

domingo, 19 de julho de 2009

Shit Happens

Um a engraçada hoje, só pra variar...

Ninguém tem idéia das coisas que gente passa por aí trabalhando na Assistência Social...

Estamos em pleno andamento, aqui em Novo Hamburgo, do mutirão informativo do programa Bolsa Família. Explico: sábado de manhã, tipo oito e meia, já estamos na rua nas comunidades mais socialmente vulneráveis da cidade, distribuindo panfletos e conversando com a população sobre o recadastramento para o programa, os prazos para tanto e as condições para novos cadastros. Confesso que este é meu momento de desopilar, é a hora em que eu oxigeno um pouco o meu trabalho, pois gosto (e muito!) de trabalhar direto com a população nas comunidades.

Mas contava eu que certo sábado desses andava pela vila Iguaçu e encontrei uma casa, muito simples e muito limpa, com um casal de idosos que tinham em torno de 14 gatos, que foi o que conseguimos contar por cima. Conversamos um pouco e seguimos adiante até terminar o percurso que tínhamos definido como nossa área de atuação.

Na volta, de carona com o colega Jeferson, senti um cheiro meio esquisito, algo assim ácido, mas “não liguei o nome à pessoa”...

Ao chegar em casa, percebi que tinha trazido junto comigo uma lembrança da criação dos velhinhos: uma substancial e robusta bosta de gato estava grudada na sola do meu tênis, mas pensem em algo colado à uma superfície! Fiquei uns dez minutos escovando a sola do tênis até tirar todo o material... A propósito, a escova foi pro lixo.

Qual a minha surpresa quando, no sábado seguinte, na Vila Presidente Neves, ao entrar na rua que dá acesso à comunidade, sou recebido por um farto e morno monte de excrementos de cachorro!

Juro pra vocês que neste sábado fui até o Kephas rezando pra que não tivessem muitas vacas por lá...

Esta foi meio escatológica, mas a vida é assim... merdas acontecem...

Beijos a todos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sobre a frieza de morar sozinho...

Morei a maior parte da minha vida num lugar chamado Areião, interior do município de São Sebastião do Caí. Minha mãe, tios e dois sobrinhos ainda moram lá. Vivi cercado de amigos, primos (de 2º, 3º e até 4º grau, mas todo "parentes") e me acostumei com gente ao redor.
Qual a angústia que me bate hoje quando chego em casa, abro a porta do meu "apertamento" e dou de cara com o vazio, com ninguém...
A companhia da TV e do computador parece só aumentar ainda mais a solidão. É uma relação fria, impessoal... O msn, para mim, é um marco na história da comunicação humana. É incrível a frieza de um encontro cheio de "KKKK", "rsrsrs" e outras aberrações (tanto da gramática quanto emocionalmente falando!)...
Minha alemoa só pode vir para cá no fim-de-semana - quando não tem aula sábado, o dia todo - e eu espero por isso a semana toda...
No fim das contas, acho que escrevi tudo isso porque cheguei a conclusão definitiva de que preciso urgentemente casar com a Milena!
Essa valeu, agora é só convencer a moça de que precisa parar de se aproveitar de mim como fez por esses quase oito anos.
Penso que não será difícil...
Então tá.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Gripe muito porca!

Pois bem, para começar os trabalhos, estou gripado...
Claro que, com a onda da "Influenza A", estou tendo que aturar as piadinhas do tipo "tá gordinho e gripado, só pode ser gripe suína"...
Aproveitando o dia de folga forçado, decidi ocupar esse tempo me esforçando para terminar algumas missões há muito iniciadas:
1.Reler a "Era dos Extremos" do Hobsbawn;
2.Assistir ao "Amnésia" que comprei há quase três meses;
3.Criar um blog para descarregar essas incongruências que levo dentro da cabeça;

Li três páginas enquanto "pensava" na privada, dormi aos 10 minutos de filme graças aos remedinhos pro resfriado e agora tento escrever algo...

Gripe porca, desviando um homem de seu destino!

Pra começar era isso...

Beijos infectos a todos!