segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fura Bolo!!!


Uma vez fui no zoológico com meu pai. Na verdade fui algumas vezes com o pai ver a bicharada, mas essa ficou marcada.
Foi lá por 83, 84, tinha uns oito anos. Num sábado à tarde, dia de folga do velho, quando a mãe ficava cuidando do armazém que tínhamos lá no Areião. O pai era bem parceiro pra essas indiadas comigo. Com ele fui ver o Circo Vostok, fui no meu primeiro Gre-Nal (empate em 1x1, na torcida do Grêmio, um horror!) e fui no zoológico, nosso destino preferido. Tudo isso de ônibus, pois o Guido não dirigia.
Mas então estávamos nós em Sapucaia, no Zoo... Zebras, elefantes, girafas (sempre impressionantes), dromedários, um camelo bactriano recém-nascido (essa nem vocês lembravam né? Os bactrianos são os de duas corcóvas, só pra lembrar)... Caminha pra cá, caminha pra lá e, a constância:
- Pai, me dá um picolé?
O grande lançamento da Gelatto era o Fura Bolo, um picolé em forma de mão, com o dito dedo em riste, de sabor indefinido, acho que era algo como framboesa ou doçura enjoada semelhante. No fim de mundo em que morávamos, eu apenas conhecia o tal picolé pela nossa Telefunken ou nas propagandas dos gibis. Fruto desse marketing restrito, mas pesado, meu consumismo naquela época se baseava em coisas do gênero, e isso incluía batavinho pra colar os potes vazios e fazer um robô.
O pai tinha um defeito, vários, como todos nós. E esse era um dos motivos que me fazia preferir sair com ele e não com a mãe. O pai SEMPRE dava as coisas pra gente. Como da vez em que fomos até a cidade pra me matricular no Ginásio São Sebastião e retornamos com um tênis Montreal (porque você é jovem!).
Um Fura Bolo, dois, três... Cinco no total, fora os refris...
Não preciso contar o resultado em pormenores, mas basta dizer que, naquele dia, a lateral do ônibus da Caiense teve um colorido diferente, num tom framboesa...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Memórias de um insone...




Se no meio da madrugada eu acordo e não mais prego o olho, tomado pelos mais estranhos pensamentos, vejo que algo está faltando ou sobrando na vida...
Pode ser trabalho demais, lazer de menos... ou, (por que não?) loucura demais e remédio de menos, quem sabe?
A grande questão dessa engronha toda é não dormir!
Só quem passa por isso sabe o quanto é angustiante sentir sono e não dormir, e o que é pior, passar o dia sonolento, porque o maldito sono (ou bendito, quem sabe?) vem sempre na hora mais terrível, quando o que tu não podes nem pensar é dormir.
No meio da reunião, depois do almoço, na conversa com o colega que fala devagaaaaar, pimba, lá está a criatura passando vergonha e “pescando”. Desculpas são bem vindas, mas geralmente fica aquela sensação de peidar no elevador lotado...
Aí tu chegas em casa, podre de cansado, toma um banho, deita e apaga. Quatro horas depois, tcharãm!, acorda para a vida e fica puto de raiva, não acredita que acordou de novo às três, quatro horas da manhã e sabe que vai ficar acordado (a contragosto, diga-se de passagem) até apagar de tão exausto novamente...
É, acho que vou atrás de ajuda, preciso dormir!
Que Freddy Krugger me proteja!