domingo, 16 de outubro de 2011

Um lugar no mundo


Hoje, ao invés de coisas do mundo ou de pensamentos estranhos que povoam esta pobre cabeça, vou escrever sobre um lugar.
Um corredor verde, ladeado por um arroio de águas ainda limpas, com areia no fundo, rodeado de árvores nativas, alguns eucaliptos intrometidos e muitos pássaros pelas árvores. Pelo chão, rosetas, guanxumas, formigueiros, cupinzeiros, tocas de tatu aqui e ali. De vez em quando uma cobra verde brinda nosso caminho com sua camuflagem perfeita. Ou então uma cruzeira, de movimentos rápidos e ameaçadores, faz nosso coração quase saltar pela boca de susto.
Nesse trecho, no fundo do potreiro, algo assim como uns 70, 80 metros de comprimento por uns 100 de largura, tive experiências bárbaras: matei monstros espaciais, construí bases interplanetárias imensas nos barrancos na beira d’água, arrebentei inimigos no fio do meu facão (sim, tinha oito anos e um facão só meu, outros tempos...), pesquei muçuns, traíras, lambaris e joaninhas, li a maioria da bibliografia da minha monografia da faculdade e, pasmem, noivei com a Milena, com as árvores e um cão fiel como testemunhas.
Pode parecer uma grande bobagem, talvez seja, mas toda vez que o mundo aperta o calo e tenho que pensar sobre o que fazer, volto para o capão, falo sozinho, ando pelo mato, dou comida aos mosquitos e, na maioria das vezes, saio com alguma idéia que me traz de volta à sanidade.
Pronto, consegui escrever algo isento... Pausa para risos...

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